“A Igreja Católica na Amazônia Legal busca ser sinal vida e esperança junto aos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, povos das florestas, moradores das cidades e na defesa da biodiversidade”

 

Fundada em 2014, em Brasília-DF, pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Secretariado da América Latina e Caribe de Caritas (SELACC) e a Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR), a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM foi criada com objetivo de construir e fortalecer a rede em defesa da vida, povos e bioma amazônico.

Saiba mais sobre a história e atuação da REPAM

A REPAM nasceu a partir de uma provocação da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida (SP), em que sugeriu no (DAp 475), “criar nas Américas a consciência sobre a importância da Amazônia para toda humanidade. Estabelecer entre as Igrejas locais de diversos países sul-americanos, que estão na bacia amazônica, uma pastoral de conjunto com prioridades diferenciadas para criar um modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva ao bem comum”. A partir daí inicia-se um diálogo de maturação até a criação da REPAM, em 2014, abraçando a realidade dos nove países que têm a floresta amazônica em seu território: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.

 

A Pan-Amazônia envolve os países que têm a floresta amazônica em seu território. Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil. O movimento social se apropriou desse conceito como sendo um conceito de luta desses povos, porque a Amazônia não é só uma questão física e geográfica, mas são povos que enfrentam os mesmos problemas de viverem e sobreviverem numa das últimas reservas de floresta tropical úmida do mundo, e também uma das últimas reservas dessa biodiversidade. Os países da Pan-Amazônia sofrem grandes pressões de setores empresariais, uma série de interesses econômicos pelas riquezas materiais do lugar, seja minério, madeira, biodiversidade. A Pan-Amazônia é uma categoria de luta e a construção de uma identidade para a luta.

BRASIL

A REPAM-Brasil se consolidou a partir dos Seminários Laudato Si’, realizados entre 2016 e 2017, em 15 dioceses e prelazias da Amazônia brasileira, e concluindo com o Seminário Geral, em novembro de 2017, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM-Brasil e a Comissão Especial para Amazônia da CNBB vêm acompanhando os Núcleos que se formaram após a realização destes seminários. Cada Núcleo, por ora denominado “Comitê local REPAM”, caminha com as características próprias da Igreja particular na qual está inserido, em sintonia com o bispo e seu Conselho Diocesano de Evangelização. O contexto territorial e eclesial se reflete também na dinâmica do Núcleo/Comitê REPAM. Porém, na diversidade das Igrejas particulares da Amazônia, como espaço REPAM, tem algo que acomuna todos os Comitês espalhados nos territórios amazônicos: este serviço à vida na Amazônia, à luz da Laudato Si’, num caminho de comunhão com e entre os 9 países que compõem a Pan-Amazônia. Um serviço de diálogo nas diferenças que pauta a vida dos povos da Amazônia e a ecologia integral.

No caminho do pós-seminário, a REPAM-Brasil vem consolidando sua presença nos territórios por meio de Núcleos/Comitês Locais, cuja característica é a construção de rede nos diversos territórios, a serviço das comunidades locais e em permanente diálogo com todas as estruturas da Igreja local (diocese, prelazias e regionais). Um aspecto organizativo que se evidencia como uma forma mais orgânica e eficaz de funcionamento na dinâmica das articulações, que estão em sintonia com as diretrizes e prioridades da Rede Eclesial Pan-Amazônica.

A atuação da REPAM-Brasil abrange os nove Estados que compõem a Amazônia Legal. O conceito de Amazônia Legal foi instituído pelo governo brasileiro como forma de planejar e promover o desenvolvimento social e econômico dos estados da região amazônica, que historicamente compartilham os mesmos desafios econômicos, políticos e sociais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Amazônia Legal corresponde a 61% do território brasileiro e engloba nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Estado do Maranhão, ocupando uma área de 5.217.423 km².